domingo, 19 de junho de 2011

Do que eu quero, mais que tenho.


Eu quero um domingo,
de sol ou de chuva,
que tenha gotas ou raios honestos,
sem trazer nehuma culpa,
só pra anunciar que chove ou que brilha.

Eu quero andar de bicicletas,
com as mãos viradas pro vento,
pra receber seu afago
passando por entre o cílios e dedos.

Eu quero uma jabuticaba,
colhida de uma varanda comum.
Eu quero quintais públicos,
abertos a qualquer um.

Os quintais ainda não são meus,
mas as gotas ou raios,
o vento e o afago
Passam através de mim enquanto eu falo.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Anotando calafrios

Andei meio distante de mim, confesso.
Nas prateleiras e paginas, andei esquecendo o encanto desses dias,
Mas ao olhar a janela ,a luz furtada,
Refletida sob o calmo relógio do centro da cidade,
me fez rastejar de costas.
Àquela infância de queixares, aquelas horas rápidas,
desobedeciam impunes a dialética do viver,
entretanto, me deixavam claro os sentidos.
Não era difícil ser borboleta, pois ao acordar simplesmente o era,
Nunca reclamara do café com manteiga, pois refeição simplesmente o era.
Aqueles tempos guardam um segredo,
Que se perde durante a juventude,
e só volta mediante a plenitude do suor frio.
Andei meu distante, mas ando anotando as mudanças e meus calafrios.