quarta-feira, 7 de setembro de 2011

centro de ensino nós

É muito cedo pra sentir saudade
e muito tarde pra dizer passado.
Essa cidade tem a minha cara.
Essa cidade me lembra você.

Essa cidade me lembra vocês,
todos vocês
e me recorda o nós,
que achávamos que seria eterno
e que daçaríamos sempre,nessa valsa de sonhos.

Essa cidade mostra-se dura
e a cada dia mais lúgubre.
Essa cidade roubou e escondeu,
nas fendas de sua memória,
aqueles tempos doces e infantis.

Que saudade de nós
e dessa cidade, que mudou.
Que saudades do recreio,
que se transformou em intervalo
e que agora é um abismo entre nós.

Essa cidade tem um quê de gente
da nossa gente
da nossa memória.

Essa cidade está usando e tempo
pra espionar nossas cores.

Essa cidade bandida,
faz troça de nós.
Nós rimos e deixamos os risos em seu solo.
Solo este que usamos para o atrito sólo de nossas caminhadas e despedidas.

Clube da Luta


Estamos presos por um fio de navalha.
As vez o chamamos de medo.
As vezes o chamamoms de solidão.
As vezes o escondemos em segredos.
E as vezes o chamamos de educação.

Estamos habitando um presente inóspito,
onde a liberdade é provisória
e somos tão convincentes
que sorrimos junto à notas promissórias.

Estamos correndo em esteiras
e respirando butano.
Estamos sonhando com o longe
e deletando o presente.

Estamos preso,porém jamais atados.
Estamos negros e nos julgamos errado.
Estamos sujos em pleno vazio.
Estamos mortos e entregues ao frio.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

meu vizinho homem

Algo está me roubando a maturidade
e parece que é a legria.
Essa maturidade que me pedem é tão parecida com tristeza
quanto uma peste.

Algo está me tornando despresível e ignorável
e eu acho que é meu riso insistente.
Parece que se eu não chorar
não poderei acompanhar o verão desse mundoç.

Algo está me tirando de meu eixo
e sem pudor invadindo minhas certezas.
Não conte à ninguém,
mas eu acho que esse "algo "é meu visinho homem.

sábado, 20 de agosto de 2011

Cultivar a solidão é amar calado.

Cultivar a solidão é algo trabalhoso,
E que, em boa parte do caminho, parece ser indolor,
Mas quando finalmente obtemos o só
É como que espinho de aço em nosso próprio caule.

Não há como voltar ás superfícies do calor
Sem lembrar-se dessa dor
e da sujeira que fica em baixo das unhas
depois de cavado esse buraco.

Amar calado é o mesmo que não amar.
O que dispensa a percepção alheia
nunca existirá,não será .

Amar calado é amar somente a sí
E por-se em piloto automático enquanto sorri.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Servidão ao poema.

Cospe uma palavra,
Em meio à sampa,
Que eu venho de uma esquina
e te faço um poema.

Jogues fora uma flor,
Que eu te pinto,
Num poema épico,
Envolta numa batina.

Bote um alumínio,
Numa pequena cena,
Que eu descrevo um aborto.
E isso, será poema!

Do poeta?
Nada sobrou pra falar.
Eu descrevo,invento,
Mas definir...

Por isso,
Dê-me dor ou músculos,
Amores,velórios.
Dê-me à distância, quiçá.

Isso é minha composição.
São pequeninas areias
Mas são quem,
Em meu lugar respira.

domingo, 10 de julho de 2011

Fiques.

Dê-me de volta
Esse amor que era meu.
Amor esse que era eu própria,
Dê-me pois sou eu.


Tantas noites perdi,
Pensando em como me doaria.
Agora que voltei à mim,
penso quão grande equivoco seria.


Ou melhor, leve-o junto a ti
Pois esse amor já não quero.
Quem sabe um dia não servirá pra salvar-te de ti.

Daqui,do corpo e d'alma jaz,expulso,
esse amor que nunca pode ser nós,
esse amor que nunca foi de uso.

sábado, 9 de julho de 2011

Liandre




Põe-me às sobras desse colo teu
Que eu calo esse meu choro.
Em teu dorso posso eu
Repousar de todo agouro.

Sorri-me tão desprevenida,
Que mal podes perceber,
Que teu riso é fonte infinita
De um intenso prazer.

Dos meus, que também são flores,
És a mais bonita.
Coleciona própria vida e diversos amores.

Conte com a certeza ,de no futuro ter,
Um amanha composto de frutos
Colhidos da beleza de teu ser.