sábado, 27 de novembro de 2010

e como ?


E como eu serei amanha?
E como eu fui ontem?
E como estou sendo hoje?
Serei, fui e estou sendo um sonho, uma projeção.

quando a vida fica crua.


Quando a vida fica crua, a alma chora tempero.
Quando a vida fica crua, o corpo chora açucar.

sábado, 20 de novembro de 2010

A dama branca


Gostava de passear por entre bosques,colhia flores maduras dos jardins públicos.
Sentia-se viva, pois em meio as coisas vivas e singelas ,sentia tênue , sentia que amava.
O homem perverso, atentou contra o alvo coração da dama lívida, que se viu em tão profundeza que fechou os olhos para aquele pulso ofensivo que a cercava.
Pinturas, flores, abelhas, mel. Sua fala era um canto.
Em tuas mãos haviam poderosas forças acalentadoras, os seres irracionais a cercavam para vê-la criar história de amor, histórias que terminavam similares ou diferentes ás suas experiências.
E como tão bela dama poderia estar revolta em seu mundo de cristal?.
O sábio responde:
- a ternura a muito se perdeu dos humanos, as damas brancas para se manterem vivas matam as raízes envenenadas que temos no peito.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A ver sorrisos.


Amanheceu, o sol límpido tinge o mundo
dando sentido as formas.
A aurora a muito já se foi,
restaram, dessa hora, só vestígios de orvalho.
O mundo gira sem pressa, sem tormento,
olhando para dentro a observar a humanidade.
-Como podem ser medíocres, diz o mundo.
Mas ao olhar o cobertor a envolver a criança ,
um riso de gratidão escorreu pela boca dela.
Dai o mundo diz:
- Preciso girar para tornar a ver sorrisos.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Obvio né ?

é claro que ninguém entende ninguém. A humanidade é uma vitrine de auto-afirmação.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Suspiro do carvalho


Para a solidão carvalho vá.
Disse o homem com voraz alegria.
Sua filha a ouvir dizia:
_ Fumaça sobe. Vem vê! Ó lá !


No céu tem fumaça?
Imagine! Que grosseria .
A resistir, o carvalho ouvia
o resultado de sua pirraça.


Sentiu-se pequeno em sua combustão
:_Ora, que povo chato! Dá risada de tal ato.
E resistindo o carvalho dizia; NÃO!


E o meu carvalho, quase a se calar.
Revolto estava fazendo-se em cinzas,
jurou ao supirar: Nunca mais ei de amar.

Ávida


Ao saber de sua paternidade, vi-me forçada a beijar-te e pedir-te que não vá.Mas era a ti que eu me referia, e em ti há hombridade e ética, afinal assim o sonhas em ser.
Então vi-te virar as costas, deixando a luz refletir em seus cabelos loiros, e vendo tua silhueta magra, disfarçada pelas calças jeans e folgadas, o teu corpo me dizer adeus, usando as pernas e pés para se apartar de mim.
Tua mão, que outrora sonhei agarrada ao meu cabelo, segurava as mãos frias de tua Billie Jean, o sol não se refletia nos cabelos negros e longos da moça, que agora, tornara-se senhora. Ela não ria, esboçava uma expressão de espanto mediante a situação, mas quando teu corpo me disse adeus, e carregou-a junto a si atando pela mão, vi que sua alma feminina ria e zombava de mim.
O corredor pareceu-me longo e largo, escuro e mofado. As plantas da universidade,que dividiam espaço com o corredor, pareciam tornassem brancas, lívidas.As cores das roupas dos estudantes eram o único deslumbre que meus olhos viam naquele momento, ainda que ferida, não pude deixar de notar os risos das moças que comiam frutas, o rosto sério dos rapazes de óculos e cabelos curtos e o olhar apreensivo dos rapazes e moças que sabiam o que se passava ali.
Fotografei a cena por longos 5 minutos, parada rente a porta de uma sala. Até que vi a moça tropeçar , e você, a segura-la, riu. Então pisquei os olhos e pensei :


___ Talvez não seja ela Billie Jean, talvez ele ame-a, e a ela queria ser fiel companheiro de vida, como tu um dia havia sonhado pra ti quando dançavas balé pela sala. Mas a vida o deu de presente a ela, e selou com o cordão umbilical a junção entre alfa e ômega, para que se desse continuidade ao ciclo da vida.Interferir nessa dádiva concebida, era atentar contra a vida, e quem atenta contra a vida mata ou morre em alguma canto de si ou do outro .
Pisquei finalmente os olhos, e vorazmente o preto consumiu a visão sofrida do corredor, meu corpo contentou-se em entrar na sala e em esquecer que o ser ávido permanece só.